Hanna
O silêncio durou um longo tempo e me arrependi de ter feito tal pergunta. Parecia algo realmente delicado e percebi uma sombra no rosto de Astrid. Talvez tivesse acontecido algo ruim.
Astrid entregou a tesoura para Yuna e gentilmente, penteou meus cabelos e ajeitou como se fosse algo muito delicado. Ficaram mais volumosos, mas achei bonito, os cachos estavam grandes.
— Ser vampiro é estar em um abismo — Astrid continuou. — Parece que nada é suficiente para nos satisfazer. Alguns prazeres não penetram na nossa carne, são apenas coisas momentâneas. Nós sempre estamos com sede de afeto, de atenção e de alguém com quem possamos dividir nossa intensidade.
— Parece ser muito difícil — murmurei.
— De certo. Nosso corpo é forte, não é fácil nos matar, mas a mente é frágil.
— Minha mãe disse que os servos tinham o dever de proteger os vampiros. Agora parece fazer um pouco mais de sentido.
— Sua mãe é uma mulher sábia. Os humanos são bem mais que alimento para nós, pois eles nos mantêm l