Saio do táxi tonta, encarando a fachada azul– claro da clínica.
A cor por alguma razão, me lembrava um dia ensolarado, sem nuvens e um céu azul. Também me lembrava da sensação de grama nos pés e o calor do sol em minhas bochechas.
Não devia estar sentindo paz, prestes a abortar um bebê.
Entro na clínica atraindo diversos olhares femininos ao me aproximar do balcão.
Uma mulher de aparência ranzinza estava sentada em uma cadeira giratória.
– Posso ajudar? – pergunta ríspida.
Ando e fecho a boca, tentando colocar as palavras presas em min
ha garganta para fora. Precisando me apoiar no balcão.
– Marquei horário ontem.
– É a mulher que queria outra data – Afirma, digitando algo no computador – Olívia Taylor.
– É.
– Tem algum número para ligar quando sair?
– Precisa de um?
Ela me olha com deboche.– Para podermos garantir que ficará bem. Sim, preciso de um.
Me mexo desconfortável, sentindo meu estômago embrulhar.
– Não tenho um.