As duas ficaram em silêncio por um momento.

Ambas queriam falar, mas não sabiam o que dizer.

Foi Isabela quem rompeu o constrangimento:

— Você queria me ver.

Respeitosa, calma, distante.

Antes, Alícia achava Isabela uma pessoa encantadora.

Quando não estava trabalhando, era especialmente afetuosa.

Agora, porém, ela sentia uma barreira entre as duas.

Isabela a tratava como se fosse uma estranha: cortês, porém fria.

— Sim. — Ela respondeu, tentando usar um tom tão íntimo quanto antes. — Ouvi dizer que o Jorge viajou a trabalho para o exterior?

— Sim. — Isabela respondeu com indiferença.

Vendo que ela ainda permanecia na porta, sem entrar, Alícia respirou fundo:

— Entre, sente aqui.

Alícia bateu com a mão no espaço ao lado da cama.

Isabela entrou no quarto, mas não se sentou ao lado dela. Disse:

— Prefiro ficar de pé.

Alícia apertou os lábios:

— Você ainda está com raiva de mim?

Isabela respondeu:

— Não.

Mas aquilo não parecia verdade.

Como não se importaria?

Como poderiam voltar a ser co