— Posso me agachar? — Sussurrou Isabela, com a voz embargada pela exaustão.
Jorge envolveu seu antebraço com firmeza, a protegendo.
— Vamos encostar na parede. É mais seguro.
Ela assentiu, com seus cabelos esvoaçando na penumbra.
— Certo.
Tentou mover as pernas, mas horas imóveis deixaram os membros pesados como chumbo, já sentia formigamentos subindo pelas panturrilhas. Ao se curvar para massagear a panturrilha, o elevador mergulhou em queda livre.
— Meu Deus! — O grito ecoou enquanto ela agarrava desesperadamente o que encontrava.
O elevador despencou como pedra. Jorge cambaleou, seu instinto superou a gravidade. Num piscar de olhos, a puxou contra si num redemoinho de tecido e calor, três passos largos até o canto. A mão direita agarrou o corrimão até os nós dos dedos esbranquiçarem, enquanto a esquerda se moldou à curva da cintura dela como uma luva.
O rangido metálico dos cabos cortou o ar quando a queda cessou.
Isabela desabou contra o peito dele, ofegante. Seus lábios entreabe