Quando a porta se abriu e ela viu Luan parado na entrada, Isabela ficou surpresa, até um pouco atônita.— Você... O que está fazendo aqui?Luan respondeu com calma:— O Sr. Jorge está fora do país. Ele me pediu para vir ver como você está. Você está precisando de alguma coisa?Jorge tinha visto uma mensagem de Isabela. Ia ouvir, mas ela apagou antes. Sem saber o que tinha acontecido e preocupado, ele pediu que Luan, que estava no pais, fosse até lá ver como ela estava.Isabela apertou o puxador da porta com força. Algo dentro dela se mexeu, mas tentou manter o tom tranquilo:— Está tudo bem comigo.— Vou passar o mês inteiro aqui no pais. Se precisar de qualquer coisa, é só me chamar. — Disse Luan, estendendo um cartão de visitas. — Aqui está meu contato.Isabela hesitou por um instante antes de pegar o cartão.— Tem certeza que está tudo bem mesmo? — Luan perguntou, com um olhar desconfiado.Ele notou que o rosto de Isabela estava pálido.Isabela estava tão tomada pelos pensamentos qu
Isabela não parou de andar. Ela achou que não tinha nenhuma relação com Clara e que não havia nada mais a ser dito entre elas.Clara se levantou e foi atrás dela. Ao passar por Leonardo, puxou ele pelo braço:— Me ajude aqui!Leonardo entendeu e foi atrás.— Se ela não quiser falar com você, não insista...Clara olhou para ele e lançou um olhar fulminante.Leonardo ficou sem palavras.— Está me olhando assim por quê?Aquela menina ainda tinha o mesmo gênio difícil de sempre.— Espere aí, eu não vim aqui para brigar com você. — Disse Clara, indo atrás de Isabela.Isabela ia atravessar a rua, mas o trânsito pesado a fez parar na calçada. Foi aí que Clara a alcançou.— Eu só queria te pedir desculpas.Isabela se virou surpresa.Aquilo ela realmente não esperava.Jamais imaginaria ouvir uma coisa daquelas.O que tinha levado Clara a dizer aquilo?— Eu sei que o Sandro se casou com aquela mulher horrível... — Disse Clara.Depois que soube do casamento de Milena e Sandro, Clara passou a ver
— Cale a boca e escolha logo o que vai comer. — Isabela disse sem emoção.Leonardo ficou em silêncio.Ele pegou o cardápio de maneira obediente.Clara olhou para os dois, um pouco chocada. Não esperava ver Leonardo escutando Isabela daquela forma.Afinal, antes daquilo, Leonardo não gostava nem um pouco dela, e ela também não tinha a menor simpatia por ele. Os dois viviam se olhando com desprezo, como se um fosse a pior companhia para o outro.Ela sempre achou que Leonardo era um tipo rebelde e sem limites, alguém que jamais aceitaria ser mandado por ninguém.Ela estava morrendo de curiosidade para saber como a Isabela tinha conseguido domar aquele playboy inconsequente.Leonardo parecia completamente controlado por ela.Clara lançou mais um olhar em direção a Isabela.Depois de tanto tempo convivendo, Leonardo já conhecia os gostos de Isabela. Ele escolheu alguns pratos que sabia que ela gostava, depois escolheu o que ele mesmo queria comer. Só então perguntou para Clara:— E você, qu
Leonardo estava certo, e naquele momento Clara também entendia.Só que, por causa do seu gênio forte, era muito difícil para ela baixar a cabeça e admitir que estava errada.Quando Leonardo foi tomar água, ela simplesmente arrancou o copo da mão dele.Leonardo olhou para ela, sem saber o que dizer.Clara ergueu o queixo e falou:— Se ele gosta ou não de mim, se ele se importa ou não, isso não é você quem decide.Leonardo ficou sem palavras.Ele quase soltou um: "Será que ela está com a cabeça cheia de vento?"— Tá bom, tá bom, pense o que quiser. — Ele disse, meio sem paciência. — Nem sou seu irmão, não tenho nada a ver com a sua vida.Ele falou sem pensar, mas do lado, Isabela abaixou os olhos, em silêncio.— Meu irmão está fora do país, tentando superar um coração partido. — Clara comentou, suspirando — Nem tempo tem para cuidar da minha vida.Ela ainda disse, meio desabafando:— A gente não sabe se nossa família é abençoada demais com dinheiro e acabou gastando toda a sorte em outra
— Mana, você realmente decidiu pegar esse caso? — Leonardo insistiu, andando atrás dela.Isabela respondeu com outra pergunta:— Por que não deveria pegar?— Esse tipo de caso, que pode ser espalhado pela internet, você vai acabar enfrentando a pressão pública. Tenho medo de você ser atacada na rede, porque muita gente hoje em dia não pensa e só entra na onda da galera.Isabela suspirou e respondeu calmamente:— Eu sou advogada. A minha obrigação é ser responsável e fazer bem o meu trabalho. Se eu ficar avaliando os prós e contras de pegar um caso... — Ela olhou para Leonardo com um ar de desafio. — Então qual é o sentido da minha profissão?Leonardo ficou em silêncio por um momento, refletindo sobre as palavras dela:— Tá bom, você tem razão. Pode ficar tranquila, eu vou estar sempre ao seu lado.Isabela não teve paciência e o cortou rapidamente:— Eu não preciso de você me acompanhando, é hora de você se virar sozinho.— Eu não quero! — Leonardo respondeu, sem querer perder o ritmo d
Leonardo chegou à casa de Isabela exatamente às sete e dez da manhã.Ele segurava uma marmita e apertou a campainha.Isabela, que acabou de acordar naquele momento, ainda usava o pijama."Quem seria a essa hora?", ela pensou consigo mesmo.Às vezes, quando ela não ia de carro, Leonardo vinha buscar ela, mas sempre chegava por volta das sete e cinquenta, nunca tão cedo assim.Ela abriu a porta e viu Leonardo parado na entrada.Ele usava um terno casual, calças sociais e tênis brancos. Antes, ele sempre se vestia de forma mais despojada, com calças casuais e um moletom, ou uma jaqueta de couro, um estilo mais descolado.Como ele acompanhava Isabela em algumas audiências e eventos no tribunal, onde a formalidade era exigida, ele teve que mudar um pouco seu estilo.Embora ainda não estivesse completamente acostumado a usar terno, ele estava bem mais sério do que antes, comparado ao seu estilo de vida mais rebelde.Isabela o olhou, surpresa, avaliando ele de cima a baixo.— Veio tão cedo?—
Isabela não conseguiu segurar uma risada com o que ele disse.— Está parecendo um gatinho abandonado.Ainda por cima, ela não podia nem se livrar dele.— Pode me considerar seu gatinho então. — Leonardo riu.Isabela olhou o relógio.— Que foi? Tem um encontro? — Leonardo perguntou.— Marquei com uma testemunha. — Ela assentiu.— Vamos direto para lá ou passamos no escritório primeiro? — Ele quis saber.Isabela respondeu que precisavam passar primeiro no escritório.— Tenho umas coisas para pegar.Leonardo apenas acenou com a cabeça.Eles passaram no escritório, pegaram o que precisavam e só depois foram encontrar a testemunha.O caso era complicado, não seria resolvido em pouco tempo e ainda envolvia muita gente. Além disso, Isabela estava lidando com outro processo ao mesmo tempo. Depois de um mês, conseguiu encerrar um deles.O outro também já estava na reta final, no momento mais decisivo. Ela estava atolada de trabalho.Lara ligou, dizendo que estava com saudades e pedindo para ela
Lara não percebeu a intenção nas palavras do Caio e disse:— Ganhar dinheiro não é fácil para nossa filha, por que viajar agora? Quando foi que você começou a curtir tanto a vida assim?— Eu... — Caio estava prestes a explicar, mas Isabela deixou os talheres de lado e olhou sério para Lara.— Mãe, eu quero gastar meu dinheiro com vocês. Se vocês estiverem felizes, eu fico feliz também. Esse é o motivo de eu trabalhar, sabe? Se ganhar dinheiro e não gastar, só deixar no banco, qual seria o sentido de ganhar? Se o papai quer ir, você vai com ele. Vocês trabalharam a vida inteira, é hora de aproveitar. Não se preocupe com o dinheiro, agora eu também estou ganhando bem. — Ela pegou um cartão de crédito da bolsa. — Aqui tem cem mil.— Tanto assim? — Lara arregalou os olhos.— Agora eu sou uma advogada de verdade, recebo comissão pelo meu trabalho. Fique tranquila, eu consigo me manter, aproveitem e gastem à vontade. Curtam a vida, não se segurem. — Isabela respondeu.Lara, com o cartão na m