Jorge baixou o olhar, tentando ocultar a tempestade que se agitava por trás de seus olhos.
— Tá, que bom que você já está melhor. Preciso ir embora. — Murmurou ele, enquanto alcançava seu casaco e caminhava em direção à porta.
— Espere, Dr. Jorge! — Chamou Isabela, sua voz ecoando pelo pequeno apartamento.
Ele congelou onde estava, mas não se virou, evitando deliberadamente qualquer encontro visual com ela.
— O senhor passou a noite toda cuidando de mim, não é? — Perguntou ela com suavidade. — Deve estar morrendo de fome. Posso preparar um café da manhã rapidinho antes do senhor sair.
Era o jeito dela de demonstrar gratidão.
No fundo, Jorge queria ficar. No entanto... Do jeito que ela estava agora... Permanecer ali seria um verdadeiro suplício. Temia não conseguir controlar seus impulsos.
— Não se preocupe comigo. — Respondeu ele secamente. — Guarde isso.
Sem mais palavras, abriu a porta e saiu.
Lá fora, o frio cortava muito mais que dentro do apartamento. Mesmo assim, nem a brisa gel