Isabela perguntou:
— Então, você contou para eles?
— Não. — Jorge respondeu.
— Por quê? — Isabela não entendia o que ele estava pensando.
Jorge disse:
— Não é necessário.
Isabela sabia que ele ainda estava preso àquela dor.
Aquela criança perdida era dela, e também de Jorge.
Eles eram pais, como poderiam não sofrer?
Ela segurou a mão de Jorge com força:
— Ainda bem que ele voltou.
— Ele voltou?
Ambos sabiam que isso não passava de uma forma de se confortar.
Como poderia ser o mesmo?
Mas ninguém expôs a verdade, era uma mentira piedosa.
Enganavam um ao outro, consolavam um ao outro.
...
Três dias depois, numa manhã: Isabela foi acordada por vozes. Parecia vagamente ser a voz de Clara.
Ela saiu da cama, ajeitou o roupão e abriu a porta do quarto. Foi então que viu Clara na sala de estar.
Naquele momento, Clara também a viu.
— Cunhada. — Clara imediatamente correu até ela e a abraçou com força.
Isabela ficou surpresa com o abraço, lançando um olhar para Jorge, como se perguntasse o que e