Alícia abaixou a cabeça, envergonhada.
Queria dizer algo ao filho, tentar se explicar, mas não conseguiu pronunciar uma única palavra. O que poderia explicar?
O que poderia dizer?
Tudo era consequência de suas próprias ações.
Jorge olhou para a mãe, com uma expressão e um tom de voz assustadoramente calmos:
— Na vida, não se pode ser egoísta demais. Mãe, minha esposa não é infértil por natureza, foi algo causado por alguém. Como a senhora pode, ao saber que ela não pode ter filhos, querer que eu procure outra pessoa? Se ela soubesse disso, como se sentiria? A senhora também é mulher. Não deveria tratar outra mulher com um pouco mais de compaixão?
Jorge falou com tranquilidade, mas suas palavras cortaram como uma lâmina afiada, fazendo com que a visão de Alícia escurecesse.
Diego apertou a mão dela com força repentinamente:
— Isso foi um pouco pesado.
Jorge deu um leve sorriso:
— Houve um tempo em que eu passava noites em claro, revirando na cama, com o coração doendo tanto que mal cons