Com os braços entrelaçados sobre o peito, Viviane não conseguia esconder sua evidente irritação. O seu quarto foi reservado pelo próprio Danilo, e agora ela precisava fazer um teatrinho, a contragosto, para manter essa encenação toda.
— É o 802. — Respondeu ela secamente, quase cuspindo os números.
Num teatro que só convenceria os desavisados, Danilo arregalou os olhos com exagerada surpresa.
— Não me diga! Eu estou bem no 803.
Viviane revirou os olhos de forma dramatica.
Observando a interação, Isabela comentou com genuína inocência:
— Nossa, que coincidência incrível, não?
— É mesmo. — Retrucou Viviane com sarcasmo na voz. — Como dizem por aí, a arte imita a vida, não é? Nossa situação daria um romance e tanto.
Desconcertado pela transparência da amiga, Danilo desviou o olhar para o chão.
Percebendo a tensão inexplicável no comportamento de Viviane, mas sem compreender sua origem, Isabela puxou delicadamente a amiga pelo braço para evitar mais constrangimentos.
— Vamos entrar, vai?
N