Clara
Ele suspirou, esfregando o rosto com uma mão antes de se levantar. Vi seus ombros, normalmente tão eretos, curvados sob um peso invisível. Quando se virou para a janela, seu perfil parecia esculpido em granito – duro, impenetrável.
— Cheguei em casa ontem e encontrei um tribunal armado — começou, as palavras saindo entre os dentes como se doessem. — Viviane e Theo me esperavam como se eu fosse um criminoso.
Meu coração parou. Theo...
— Acusações absurdas — continuou Roberto, a voz carregada de uma raiva contida. — Disseram que eu estava... envolvido com você. — Ele deu uma risada seca, amarga. — Como se eu fosse capaz de trair minha família com a garota que sempre tratei como uma filha.
Senti um nó se formar na garganta. Theo realmente acreditou nisso? A dor da traição foi tão física que precisei me segurar na cadeira à minha frente.
— Eu não sei de onde saíram essas fotos — consegui dizer, minhas mãos se apertando até doer. — Eu juro que nunca...
— Eu sei, Clara — ele interromp