Álvaro
— Caralho, ela dormiu! — bufo irritado comigo mesmo, encostando-me no banco do motorista para pensar em uma solução. Contudo, olho para frente.
Qual é a tua, Abravanel? Você só precisava se sentar no banco daquele bar, encher a sua cara até e afogar as suas mágoas. Depois, voltar para casa e apagar por uma noite inteira. Olho para o lado, para a garota adormecida no meu banco e bufo outra vez.
— O que eu faço com você, sua maluca? — Deixo os meus ombros caírem e sem ter muito o que fazer, ligo o motor. — Ok, eu vou te levar para a minha casa, mas não pense que vou ceder a minha cama quentinha, macia e espaçosa para você, porque eu não vou — retruco, concentrando-me no trânsito tranquilo e logo estou entrando na garagem interna do meu prédio.
Ainda mais essa. Retruco mentalmente quando penso que terei que carregá-la.
— Merda, quanto você pesa, uma tonelada? — reclamo quando começo a caminhar para o elevador privativo do meu prédio e com dificuldade consigo apertar o botão da cobe