Posso dizer, sem orgulho algum, que fiz muitas besteiras no passado  e ficar com Angelina foi, sem dúvida, a maior delas.

Não porque ela não fosse boa o bastante. Pelo contrário.

Porque ela merecia mais do que uma noite… merecia um homem à altura do que sentia. E eu não era esse homem.

Sempre convivemos de forma distante, trocando palavras rápidas, risadas ocasionais em grupo, mas nada além disso. Éramos de mundos diferentes ou pelo menos, era o que eu gostava de acreditar.

Angelina sempre foi doce, reservada, com um brilho discreto que me desarmava mesmo quando eu fingia não notar. Era amiga da minha irmã gêmea, e por isso, por respeito e talvez medo de me envolver demais, eu mantinha distância.

Mas naquela noite, no baile, tudo saiu do controle.

Eu me ofereci para levar as duas, apenas isso, mas quando ela abriu a porta, vestida de um jeito simples e ao mesmo tempo deslumbrante, algo dentro de mim virou pelo avesso.

Era o perfume leve, o jeito tímido de