Enfrentar aquelas longas horas de voo estava me deixando sufocada. Cada minuto parecia se arrastar, cada turbulência fazia meu coração disparar. Foi quando, já exausta e tentando descansar, meu celular vibrou. Era uma chamada do Vinicius.

— Angelina… — a voz do meu irmão soou tensa, carregada de preocupação. — Mamãe teve uma recaída. Ela… ela está no hospital.

Meu peito apertou, e um nó se formou na garganta. Deixar Bento com Henri foi mais difícil do que eu podia imaginar. Eu sabia que Clau e Gerusa, que trabalha comigo desde que Bento nasceu, cuidaria dele tão bem quanto eu mesma faria. Mas a sensação de culpa me corroía por dentro. Cada viagem sem meu filho parecia arrancar um pedaço do meu coração. Queria tê-lo comigo, queria poder protegê-lo, mas a gravidade da doença da minha mãe exigia que eu estivesse lá.

O piloto já havia avisado que o avião estava prestes a pousar, e eu contava cada minuto como se fossem horas. Assim que cheguei ao táxi, minhas mãos tremiam, e