Fingir ser isca. Dar suporte. Permanecer nas sombras. Nada disso estava funcionando mais.
Porque eu já deixei de ser sombra. Agora, sou o ponto de ruptura.
Dante ainda insiste em manter Navarro vivo.
Não entendo. Talvez ele enxergue algo que eu, por estar tão mergulhada na sujeira, já não consiga ver. Talvez seja uma jogada maior, uma linha que ele ainda não revelou no tabuleiro. Mas trabalhar com a presença constante de Victor rondando tudo cada plano, cada passo, cada maldito olhar está me esgotando por dentro. É como carregar um cadáver que ainda respira. Que insiste em lembrar que um dia já foi meu aliado.
E eu preciso me controlar todos os dias para não simplesmente apertar o gatilho e acabar com isso de uma vez.
Como prevíamos, deixei de ser isca. Virei salvadora.
Empurrei as peças para apontar direto para Victor. Sabia que isso ativaria o outro lado de Navarro. O lado Famiglia, o que sangra por dentro. O que luta como um animal ferido quando suas feridas são tocadas.
Mas nem e