O carro preto atravessou o longo caminho ladeado por ciprestes e roseiras podadas com perfeição. Quando a caminhonete cruzou os portões da fazenda Duarte, um dos empregados acenou em saudação silenciosa, já avisando pelo rádio a chegada dos patrões.
Na varanda ampla da casa principal, o aroma de café fresco misturado ao som distante dos cavalos nos estábulos criava um ambiente calmo, quase ilusório — como se o mundo lá fora não existisse.
Ana estava sentada à cabeceira da grande mesa da varanda coberta, com uma xícara de porcelana em mãos. Mirela e Clara, suas sobrinhas, estavam ao redor, assim como Carla, mãe de Clara. O assunto entre elas era leve, girando em torno da nova raça de cavalos trazida da Alemanha, até que Gertrudes surgiu à porta.
— "Dona Ana, João e Amanda chegaram."
Ana ergueu os olhos imediatamente e colocou a xícara no pires com calma. Mirela também se levantou e foi até o corrimão da varanda para ver o carro estacionando próximo à entrada lateral. Clara permaneceu s