O apartamento ainda estava silencioso quando Liandra acordou.
Na verdade, acordar era uma palavra exagerada, ela havia dormido pouco, mas pela primeira vez em dias, o descanso veio sem o peso sufocante da distância.
Levantou devagar, a pele ainda quente, o vínculo calmo, como se finalmente tivesse encontrado o lugar certo para repousar.
Rafael.
Ela prendeu o cabelo em um coque improvisado, vestiu a camiseta larga dele, que pegou do chão sem pedir, porque era dela também, e saiu do quarto.
A luz fraca da cozinha estava acesa.
E Rafael estava lá.
De costas para ela.
Camisa preta.
Postura ereta.
Mãos grandes segurando uma caneca enquanto observava a rua silenciosa através da janela.
Era impressionante como um homem tão contido conseguia transmitir tanto com um simples respirar.
Liandra encostou no batente da porta, observando por alguns segundos antes de falar.
— Se você ficar encarando a rua assim, vai começar a chover por culpa sua. — ela brincou, com um sorri