Mia abriu os olhos devagar, como quem desperta de um sonho que não pediu para ter. O gosto do beijo de Bryan ainda ardia em sua boca, uma mistura de sândalo, chuva e lembranças que ela gostaria de enterrar. O passado pulsava nela como uma ferida mal cicatrizada. E o homem à sua frente com o peito arfando, o olhar desesperado, as mãos tremendo de necessidade era o mesmo que já a fez queimar por dentro.
Ela engoliu seco. Ali, entre o corpo dele e a própria respiração acelerada, Mia sentia dois mundos colidirem dentro dela:
o mundo que queria abraçá-lo… e o mundo que queria destruí-lo.
Mika, sua loba, rosnava em satisfação. Companheiro. Cheiro. Toque. Tomar.
Mas Mia humana… não. A Mia humana estava farta de sangrar.
Ela apertou os ombros dele e empurrou, mesmo que seu corpo clamasse para puxá-lo de volta, mesmo que doesse afastá-lo.
— Bryan… — Sua voz saiu trêmula, quase um pedido que não queria existir. — Não… eu…
Ele a encarou como um animal ferido.
E isso era o pior: ele parecia queb