— Vai deixá-la morrer, então?! — gritou Axel, rompendo o silêncio com sua própria dor.
O eco da voz dele reverberou nas paredes de pedra, partindo o ar em mil estilhaços de desespero.
O jovem guerreiro deu um passo à frente, os olhos marejados, a garganta tremendo de emoção.
— É igual a Daemon! — cuspiu, e ali havia não só revolta, mas medo. Medo cru, pulsante, de perder Mia.
O ambiente inteiro pareceu se curvar sob o peso daquelas palavras. O ar ficou denso, quase palpável. O som das chamas nas tochas tornou-se um sussurro distante. O chão sob os pés dos guerreiros vibrava entre a realidade e a emoção — o medo de um lobo diante da perda inevitável de sua fêmea Alfa.
Mia estava ali, pálida, quase translúcida, deitada sobre um colchão grosso, envolta em peles e cobertas. Sua respiração era fraca, irregular, um fio de vida prestes a se romper. Cada expiração soava como um adeus engasgado. A luz bruxuleante das tochas acariciava sua pele e fazia o brilho prateado de suas veias cintilar c