A irritação crescia dentro de mim como uma chama que não podia controlar. Dois dias. Dois dias desde que Malcolm começara a investigar o garoto e ainda não tinha nada de concreto. Inaceitável. Peguei o telefone e digitei o número dele, impaciente. Do outro lado da linha, ouvi os gritos abafados de prisioneiros sendo interrogados – Malcolm estava ajudando Russo e Tsurushi, como de costume.
— Sua incompetência me enoja — rosnei, assim que ele atendeu. — Venha à base agora. Preciso da sua ajuda para provar que não merece um tiro na cabeça, como todos os outros traidores que conheceu. Venha. Já.
— Sim, senhor — a voz dele saiu trêmula, e a linha caiu.
Malcolm apareceu em menos de vinte minutos, o rosto pálido, suando mesmo no frio da noite. Seus olhos evitavam os meus, e ele tremia como uma vara verde.
— Leonardo não é um garoto — disse, cortando qualquer cumprimento. — É uma mulher. Como não descobriu isso antes, seu idiota?
Ele engasgou, os olhos arregalados. — Mas... mas, senhor,