O momento criativo é adiado alguns dias. Só porque quero a morena bem louca por mim. É uma tortura de dois gumes, mas vai valer a pena. Está funcionando muito bem. Nossos momentos na varanda há muito deixaram de ser de contemplação e se tornaram de “pegação”.
Só que eu preciso de mais. Meu corpo está desesperado por ela. Mal decido adiar e já entro em combustão.
É gostoso esses momentos, mas chega. Será hoje. Está tudo preparado.
— Onde estão as meninas? — ela pergunta ao me encontrar sozinho na mesa de café da manhã.
— Primeiro dia na escolinha. Minha primeira manhã de paz.
— Oh, que pena! — diz se sentando.
— Não me deseja paz? — Me faço de magoado.
— Nada disso. É que seria legal ter visto elas no primeiro dia. Se você colocou na mais perto é a mesma em que estudei. Eu devia ter avisado que queria ir.
— Se quiser, pode ir buscá-las comigo.
— Quero sim.
— Vai fazer o que agora?
— Pesquisar. Conhecer suas filhas me deu vontade de escrever um livro infantil com personagens de cabelos