Do outro lado da cidade, Victoria caminhou até a janela do hotel em que estava hospedada. A vista era realmente linda, mas seus pensamentos estavam longe dali. Ela tinha dito a Enzo que iria visitar a família, mas a verdade era outra.
Essa verdade era um segredo que ela carregava com uma mistura de culpa e alívio: ela tinha um amante. Não, não era amor. Era mais como um escape, uma maneira de preencher o vazio que Enzo, com sua frieza e falta de interesse na intimidade, deixava na vida dela.
Atrás dela, o amante a envolveu em um abraço carinhoso. Sua voz saiu baixa, quase um sussurro:
— Quantos dias você vai ficar dessa vez?
Victoria manteve o olhar fixo na paisagem por um momento, como se buscasse coragem nas luzes da cidade. Então, respondeu com uma firmeza que escondia sua confusão interior:
— Se eu ficar um mês inteiro. Tá bom pra você?
Ele deu um sorriso de concordância, mas antes que pudesse dizer algo, ela se virou de repente. Seus olhos encontraram os dele, intensos e carregad