Atravessando a multidão, ao mesmo tempo que puxando a mala levemente pesada com rodinhas, penso se todos em Boston tinham decidido voar hoje. Quando finalmente cheguei ao guichê da US Airways, o atendente do check-in gentilmente fez seu trabalho, etiquetou minha bagagem e me entregou o cartão de embarque. — Obrigado, Srta. Back. Já fiz seu check-in para Male. Tenha uma boa viagem. Enfiei meu cartão de embarque na bolsa e virei para me despedir de minha irmã e cunhado. — Obrigada por me trazer.
— Eu acompanho você, Brenda.— Não precisa — falei, balançando a cabeça.— Tudo bem então, mas liga se precisar de ajuda. — disse minha irmã, fingindo cara de brava.— Calma, será somente quinze dias — afirmei.Com um novo beijo na bochecha ela foi embora.Já no portão, fiz minha última conferida nos documentos e segui para o embarque. Segui pelo corredor estreito até meu assento na primeira classe. Preferi ficar na janela, e então afivelei meu cinto de segurança ao lado de uma Sra. Simpática. Tirei um livro da minha mala de mão, o piloto decolou, e deixamos Boston para trás. * * *As coisas começaram a dar errado no meio da viagem. Deveria ter levado pouco mais de dezoito horas para voarmos de Boston até Malé (capital das Maldivas), mas chegamos uma hora depois.O vôo foi como esperado. E devido pouco passageiro, quando aterrissamos no Aeroporto Internacional de Malé, devido o horário, não tinha transporte disponível para ilha. Eu ainda estava mais de duas horas via hidroavião, de distância da hospedaria da minha amiga.Exausta da viagem, minhas têmporas latejavam.O atendente verificou no computador quando teria o próximo vôo. — Vai escurecer logo. Hidroaviões não voam ao entardecer. — Percebendo minha angústia, ele me lançou um olhar solidário, digitou algo no computador e pegou o telefone. — Vou ver o que posso fazer.Agradeci, e fiquei aguardando um milagre. Tirei um frasco de analgésico da bolsa, peguei um comprimidos na mão e engoli com a água.Liguei para minha amiga Anna, para avisar que talvez tivesse que passar a noite no aeroporto.—Se conseguir voo eu aviso. — Coloquei o telefone de volta na bolsa e me aproximei do balcão, apreensiva.— Um piloto de um voo fretado pode levar você até a ilha — disse o atendente. — Os passageiros dele atrasou. Sorri, aliviada. — Que maravilha! Obrigada por encontrar um voo. Agradeço de verdade.— Tentei ligar de novo, mas meu celular estava sem sinal. Minha esperança era conseguir ligar quando chegássemos à ilha.Um micro-ônibus me levou para o terminal de táxi aéreo. O atendente fez nosso check-in no balcão e segui. O clima estava abafado, gotas de suor brotaram na minha testa e na minha nuca. O investido que usava estava amarrotado, e desejei ter trocado a roupa novamente por outra mais leve. O calor é sufocante.Um funcionário do aeroporto estava no cais perto de um hidroavião que oscilava suavemente na superfície da água. Ele fez um sinal para mim. Quando fui até ele, ele abriu a porta, e então subi a bordo do avião. O piloto estava na cabine, mas logo abriu a porta.— Oi, eu sou o Joel — falou alegremente.