Fecho minha mala depois de quase três horas assistindo Emma e Llote virarem meu quarto de cabeça pra baixo — ou, nas palavras delas, "garimparem roupas decentes pro Canadá".
O piso de madeira claro estava coberto por camadas de tecidos, calçados espalhados e lingeries perdidas. As portas espelhadas do meu closet estavam escancaradas como se um furacão tivesse passado por ali, e o ar do meu quarto, antes perfumado com difusor de lavanda, agora cheirava a confusão.
Depois da última reunião tensa na Patinsk Advocacia, tirei o dia de folga. Mas, como sempre, tive que cumprir o papel da filha sorridente, almoçando com os meus pais para comemorar o "maravilhoso investimento" do meu pai — uma parceria formal com a empresa do Misa. A novidade me engasgou junto com o risoto de cogumelos, mas ele preferiu não dar detalhes até a minha viagem passar. Óbvio, né? Melhor atrapalhar meu futuro em silêncio.
Era isso que eu odiava no meu pai: esse impulso controlador disfarçado de boas intenções. Ele s