Mas ele percebe. Matt sempre percebe quando eu não quero continuar um assunto. Ele muda a rota da conversa com gentileza.
— Já tá arrumando as malas? Não esquece os casacos. Canadá é bem mais frio do que aqui.
Sorrio aliviada.
— Vou arrumar tudo um dia antes. Não sou como a Llote e a Emma com checklist colorido pra tudo.
Rimos juntos.
— Que horas sai o voo?
— Dez da manhã. Sexta.
Chegamos ao prédio. Matt me acompanha até lá porque precisa entregar documentos ao... senhor Patinsk.
Claro.
Meu estômago revirou.
Ele ainda era o meu chefe.
Matt sobe comigo, me acompanha até a minha micro-sala e, pra completar a cena, somos recebidos com um sorrisinho meloso da supervisora. A mesma que noivou o homem que me deixou sangrando por dentro. A mesma que foi absurdamente simpática naquele dia em que tudo desmoronou.
— Bem-vindo à minha minúscula sala — brinco, tentando parecer leve.
— Já tá mais do que na hora de você procurar um emprego com uma sala do seu tamanho — ele ri. — Agora você é uma pub