Chego no meu apartamento cerca de meia hora depois. Meus pés doem, a cabeça lateja e meu corpo inteiro parece implorar por silêncio. Entro direto no banheiro e deixo a água quente cair sobre mim, como se pudesse lavar alguma parte da vergonha que me cobre.
Mas não lava.
Depois do banho, envolta na toalha, olho o celular. Seis ligações perdidas dos meus pais. Mensagens da Emma e da Llote, preocupadas, perguntando onde eu fui parar. Eu sumi. Literalmente evaporei da festa depois que o Misa me puxou — como um ladrão, como sempre. Nem lembro se voltei para dar tchau.
Provavelmente não. E é isso que me quebra.
Matthew me mandou uma mensagem também. Só uma. Mas suficiente para o peito apertar de culpa: “Onde você foi parar? A gente ficou te procurando.”
A gente.
Ele.
Provavelmente ficou rodando o lugar à minha procura enquanto eu… enquanto eu…
Me entregava de novo ao Misa como se não soubesse onde isso me levaria. Como se nunca tivesse doído antes.
Ligo para meus pais de volta. Atendem no p