A risada dela estridente me cortou feito faca. Aquela menina mimada, que achava que o mundo girava ao redor do sobrenome que carregava, agora cochichava alguma coisa no ouvido do Matthew. E ele riu.
Eles riram juntos.
A garganta secou.
Não sabia o que doía mais — ver Margo brilhando sem mim, ver Matthew ocupando o espaço que antes era meu, ou ver July tentando se enturmar como se fizesse parte daquilo tudo. Como se ela soubesse o que estava acontecendo, como se sentisse o cheiro da história mal resolvida entre mim e Margo. E talvez soubesse. Ela me conhecia o bastante pra entender quando meu olhar escapava sem querer. July via. E provavelmente odiava.
Ela chegou a encarar Margo uma ou duas vezes. Sorria demais, como se tivesse algo entalado. Margo não pareceu notar. Ou fingiu não notar. Mas eu vi. E July também.
A cada frase do discurso, a cada aplauso, a cada vez que Margo mencionava “amizade”, “proteção”, “pessoas que nos levantaram quando caímos”, eu me sentia mais covarde. Porque