— É só um noivado idiota que a família dela quer.
— Então acabou. — Olhei nos olhos dele, firme.
— Como assim acabou?
— Você vai noivar.
— E daí? Isso não muda nada entre nós. — Ele riu, como se fosse óbvio. — Vamos continuar de onde paramos, vai...
Ele não podia estar falando sério.
— Nós? — Me levantei. — Você acha que eu vou aceitar ser sua amante pelo resto da vida? Enquanto você casa com outra?
Não esperei resposta. Saí da sala antes que ele visse o colapso que se formava dentro de mim.
Corri até o banheiro e me tranquei numa cabine. As lágrimas caíram como chuva de verão: rápidas, desesperadas, descontroladas.
— Burra... — murmurei entre soluços.
Me sentia um trapo. Nunca tinha chorado por ninguém. Nunca tinha me sentido... descartável.
Mas ali, sozinha naquele cubículo, encostada na porta, percebi o quanto me deixei enganar. Por ele. Por mim.
Minutos depois, alguém bate na porta da cabine do banheiro.
— Anda, menina. Sai daí. — A voz da supervisora ecoa do outro lado, impacient