Fui recebê-la na sala. A moça sorria para a Leia com timidez educada. Era mais nova do que eu imaginara; baixa, pele morena, cabelos pretos presos num rabo, olhos muito claros que não se impunham — observavam. Vestia roupa simples, surradinha; minhas amigas fariam comentários de moda, eu fiz de humanidade.
— Essa é a dona Margo — a Leia apresentou, com formalidade que me arrancou um riso.
— Olá — disse a Abigail, num português de quem aprendeu ouvindo.
— Oi, Abigail, bem-vinda. — Senti simpatia imediata. — O Mathew já te explicou: são dois, rotina de recém-nascidos…
Ela assentiu, pondo uma mecha atrás da orelha.
— Eu mostro a casa e, depois, te apresento nosso príncipe e nossa princesa.
— A senhora não vai fazer perguntas? — a Leia armou uma lista mental. — Tipo: se ela mora em bairro perigoso, se já cuidou de criança, se fuma, se bebe, se…
— Leia — cortei, com um sorriso que pedia paz —, chega. Se ela está aqui é porque a agência referendou e o Mathew confiou. O resto a gente testa n