— Que tal você vir aqui? A lasanha acabou de sair do forno.
— Lasanha feita por você ou daquelas prontas de mercado?
— Feita por mim.
— Já estou subindo. E prende aquela bola de pelo na área de serviço.
Reviro os olhos.
Vou até a janela. E lá está.
Range Rover vermelha.
Ele saindo do carro com aquele terno que parece ter sido costurado direto na pele.
— Você já estava aqui? Como sabia que eu ia aceitar?
— Eu não sabia. Mas você nunca diz não.
Desligo o telefone com o coração aos pulos.
A raiva e o desejo brigando dentro de mim, como sempre.
Arrumo a mesa na bancada — duas taças, talheres, uma garrafa de vinho pra ele, chá gelado pra mim.
Pego ketchup e maionese, mesmo sabendo que ele não vai usar.
Só porque ele sempre repara que estão ali.
Quando ele entra, o cheiro do ambiente muda.
— Cheiro de limpeza — ele comenta, tirando o casaco. — Hum, cheiro da sua lasanha.
— Acabei de terminar a faxina — respondo, lavando as mãos. — Quer ir comendo? Vou preparar uma salada.
— Eu espero — ele