A semana estava uma correria só. Depois do meu primeiro trabalho, os dias seguiram em silêncio absoluto, nenhum novo chamado, nenhuma mensagem. Fiquei até sem entender. Ingenuamente, pensei que conseguiria pegar mais dois trabalhos e juntar o dinheiro para cobrir as mensalidades do mês seguinte... doce ilusão.

Estava na biblioteca da faculdade, cercada de anotações e livros, quando recebi uma ligação.

Ligação online:

— Anne, preciso que você venha até a galeria. Tenho um trabalho pra você.

— Claro! Chego em alguns minutos.

Desliguei soltando um suspiro de alívio. Enfim, algo apareceu. Recolhi minhas coisas às pressas e saí da faculdade com um pouco mais de ânimo no peito.

Já dentro do ônibus, o celular tocou novamente. O visor mostrava o número dos meus pais. Instantaneamente, a emoção apertou meu peito.

Ligação online:

— Filha, como você está? — ouvi a voz da minha mãe, e os olhos se encheram de lágrimas.

— Oi, mãe! Estou bem... E a senhora? E o