ADELINE DE FILIPPI
Tinha notado meu pai estranho. Fazia dias que ele e o tio Lucca saíam no meio da noite. Vi o rosto preocupado do meu tio. Papai entrou em seu carro esportivo preto — aquele que só usava quando precisava se mover rápido… como uma sombra.
Eu estava na sacada quando os vi sair. Não sei se foi meu desejo de vê-los ou a saudade, mas juro que ouvi o nome de Lucien.
As horas passaram e eles voltaram de madrugada. Antes disso, vi Joel sair com dois homens e uma caminhonete de vidros escurecidos. Havia muito tempo que não via tanto movimento. Tinha certeza de que algo estava acontecendo — e meu coração dizia que tinha a ver com Lucien.
Os vi chegar. O rosto do meu tio refletia uma preocupação impossível de esconder. Caminhei em silêncio pelo corredor para poder escutá-los.
— É meu menino, Bastien. Ele não queria.
— Lucca, não vou deixá-lo sozinho. Precisamos descobrir tudo e voltar ao nosso passado. Algo deve haver. E fique tranquilo… estaremos ao lado dele a cada passo.
Eu