Sharon Belmont
Eu só queria ficar reclusa no meu apartamento. O enjoo não me dava trégua e tirava completamente minha paz. Lembro bem quando me disseram que nenhuma gravidez é igual à outra… mas esta, infelizmente, estava sendo idêntica à que perdi no acidente, há mais de um ano.
E, como se não bastasse o mal-estar, a saudade do Nick me corroía. Tentava, a todo custo, não pensar em Dante. Eu não queria ceder aos impulsos e correr até ele na primeira oportunidade. Nas poucas vezes em que falava com o pequeno Nick por videochamada, fazia questão de ligar em horários em que ele não estivesse em casa. Era doloroso demais.
Toda vez que a chamada terminava, um vazio imenso tomava conta de mim. Sentia falta dele, do seu cheirinho, das gargalhadas que enchiam o ambiente… Era como se tivessem arrancado meu filho dos meus braços — e arrancaram, porque, mesmo sem compartilhar meu sangue, Nick era meu filho.
Minha meta era me manter isolada. Por isso, o interfone que tocava incessantemente era ig