Melissa Menezes
O quarto era a imagem viva do luxo italiano: paredes em tons claros, com detalhes em estuque dourado, cortinas pesadas de veludo vinho que pendiam até o chão de mármore frio, refletindo a luz suave de um lustre de cristal suspenso no centro do teto. A cama, larga, com lençóis de cetim branco e travesseiros macios, convidava ao descanso, mas a atmosfera estava carregada de algo mais intenso do que sono.
Assim que entramos, Draiton não fez o tipo cavalheiro. Mal olhou para mim, foi direto até a mala, pegou algumas roupas e entrou no banheiro antes que eu sequer pudesse pensar em me aproximar da cama. A porta se fechou atrás dele e só restou o som constante da água caindo. O banho se estendeu por longos quarenta minutos, como se ele estivesse tentando se purificar de algo que não dizia em voz alta.
Quando finalmente saiu, o vapor o seguiu como uma névoa. Sua pele ainda guardava o bronzeado ardente do Rio de Janeiro, e o corpo atlético parecia ainda mais desenhado sob a ca