Dante Menegaço
Sharon parou o nosso beijo e me indicou algo com as sobrancelhas, demonstrando que havia alguém no vidro do motorista. Ao virar para trás, vi Yolanda com a expressão enfurecida. Desembarquei do carro para falar com ela — afinal, não estava fazendo nada de errado. Fazia meses que Isabel havia morrido e, por mais que me doesse todos os dias e eu sentisse uma saudade eterna da minha esposa, tinha o direito de reconstruir minha vida.
Antes eu tivesse ignorado Yolanda, pois a reação dela ao me ver beijando Sharon saiu completamente do controle.
— Bom dia, Yolanda. E o Nick? — perguntei tentando manter a calma.
Fingindo não ouvir, minha sogra começou a gritar como uma pessoa fora de si.
— Se me falassem dessa cena patética que acabei de presenciar, eu não acreditaria! Nunca esperei tamanha nojeira da sua parte, mas vi com meus próprios olhos!
— Não há nojeira alguma aqui. Se acalma, Yolanda.
— Não é só nojenta e asquerosa, também é decepcionante! Você, Dante? Quantas vezes co