O silêncio que ficou após a saída de Brittany parecia ter limpado o ar da casa. Era como se, finalmente, as paredes pudessem respirar — e os corações também.
Philipe continuava ajoelhado, com a mão ainda repousando sobre a barriga de Ashley. Um pequeno movimento sob seus dedos o fez ofegar. Como se algo dentro dele tivesse se conectado a um fio invisível, ancestral, inquebrável.
Ele ergueu os olhos para ela. Não havia mais dúvida neles.
— Ele,— a voz saiu baixa, emocionada — se mexeu.
Ashley sorriu entre lágrimas. Um sorriso tímido, frágil e forte ao mesmo tempo. Como ela.
— Ele reconheceu o pai — disse, com a voz embargada. — Ele te sentiu.
Philipe levou a outra mão até o rosto dela, com cuidado. O polegar acariciando uma lágrima antes que ela escorresse.
— Eu ainda não entendo tudo. Ainda tem peças faltando— ele sussurrou — mas cada vez que você fala, que você me olha, que você toca em mim... eu sei que essa