ALEXIA DINIZ
A ficha caiu como um raio em uma noite de tempestade. Nós tivemos uma história. A frase ecoava na minha mente, carregada de um peso que eu jamais imaginei suportar. Não era apenas uma história, era a história, a minha história, a que havia sido roubada de mim. E a minha mãe, Celina, como ela pôde contar uma mentira tão elaborada, tão cruel? A simples ideia me embrulhava o estômago, provocando uma náusea que ia além do físico. Minha mãe, a pessoa que deveria me proteger, havia me manipulado e me enganado da maneira mais vil possível.
Matteo era a peça chave desse quebra cabeça bizarro, a única pessoa que poderia me dar as respostas que minha mente fragmentada ansiava. Ele era o fio que me ligava a um passado apagado, a uma vida que eu não lembrava, mas que agora se revelava com uma clareza aterrorizante. Meu filho era dele. A constatação me atingiu com a força de um soco no estômago, deixando-me sem ar, sem chão. Um filho. Meu filho. Nosso filho. A dor da perda, que eu