Stella Willians
O dia tinha começado estranho. O tipo de estranho que você sentia nos ossos antes mesmo de abrir os olhos. Havia uma pressão no meu peito, um nó na garganta, e um silêncio pesado demais no quarto para que eu ignorasse o presságio.
Tentei seguir com a manhã como se tudo estivesse sob controle — como se meu corpo não gritasse de medo, como se minhas mãos não tremessem levemente ao passar geleia no pão, como se meus pensamentos não estivessem girando em círculos ao redor dos olhos de Irina e do silêncio de Brandon, que depois de agir daquela maneira comigo dias atrás, agora estava distante, como se tivesse saído da jogada de vez.
Tudo parecia mais frágil agora. Como uma casa construída em vidro, prestes a despencar com o menor sopro.
Meu pai ligou pouco depois das dez. A voz dele estava arrastada, mais fraca do que o normal. Ele não estava mais em coma induzido, pois os médico precisaram disso para refazer alguns exames, porém, continuava na UTI. Quando perguntei se estav