Dominic Willians
Acordei com uma sensação estranha naquela manhã. Não do tipo ruim — mas daquela que deixa o peito cheio, quase pesado, como se algo tivesse mudado sem que eu percebesse. Um calor tênue irradiava do lado esquerdo da cama, como se o colchão ainda guardasse a lembrança de outro corpo.
Demorei um segundo para abrir os olhos. Eu sabia. Sabia antes mesmo de me mexer que não estava sozinho. Ouvi quando a porta foi aberta na noite anterior.
Eu costumava trancá-la, mas por algum motivo, vinha deixando destrancada. Acho que, no fundo, eu queria que acontecesse exatamente o que aconteceu essa noite.
Virei o rosto lentamente e lá estava ela.
Stella.
Dormia profundamente, o rosto sereno parcialmente escondido pelos fios desalinhados de cabelo castanho. Ela estava deitada ali, como se sempre tivesse pertencido àquele espaço, como se o caos em que vivíamos não fosse nada além de um ruído distante. Meu quarto, meu refúgio — aquele cômodo onde eu jamais havia deixado alguém entrar se