Capítulo 17
O silêncio dentro da sala de Dante era incômodo e só foi interrompido pelo estalo suave da porta se fechando atrás de Lara.
Dante estava de costas, observando a cidade através das enormes janelas de vidro. Os punhos ainda cerrados. A mandíbula rígida como pedra.
“Você vai fingir que nada aconteceu?” A voz de Lara cortou o ar, seca, afiada.
Ele virou-se devagar, os olhos encontrando os dela com a mesma intensidade de sempre, mas havia um cansaço ali, uma exaustão nascida da raiva contida.
“Eu não pedi por isso, Lara.”
“Mas pareceu bem confortável não me dizer nada!” Ela avançou um passo, as bochechas queimando. “Uma noiva? Você tem uma maldita noiva, Dante?”
“Não.” A palavra saiu como um soco. “Eu tenho um pai manipulador e uma armadilha disfarçada de aliança corporativa. Isabelle não é minha noiva. Nunca foi. Nunca será.”
“E você ia me contar quando? Depois do casamento? Depois da lua de mel com ela?” Lara cuspiu, as mãos tremendo ao lado do corpo. “Eu sou o quê pra você?