O dia tinha sido realmente agitado. Já era noite quando Maurício chegou ao apartamento de Clara. Mesmo após sentir incômodo com a prótese mais cedo, decidiu usá-la novamente. Subiria as escadas até o apartamento dela e daria a notícia a Antônio ali, no espaço dele. Queria que o menino se sentisse seguro e acolhido diante da novidade. Por mais que gostasse da ideia de ter um irmão ou irmã, ainda era uma criança — e crianças podem sentir ciúmes ou medo de serem deixadas de lado quando chega um bebê.

Chegou ao apartamento um pouco suado. Apesar do treino, subir tantos degraus ainda não era fácil; somado ao nervosismo, era até natural.

Clara havia preparado o prato favorito de Antônio: estrogonofe de frango. Mas ela mesma mal conseguia comer. Ao longo da receita, precisou parar algumas vezes, pois o estômago embrulhava com qualquer cheiro de comida.

Maurício estranhou o ambiente ao entrar. Fazia tempo que não ia até lá. Na verdade, desde o acidente não voltara, por causa das esca