Capítulo 4 | Sophie

Esse comentário provocou uma explosão de conversas desencontradas, ninguém fazendo sentido. Eu amava minha equipe, realmente a amava. Éramos como uma família louca e disfuncional que enfrentava altos e baixos. Mas, em momentos como aquele, me perguntava como conseguimos realizar qualquer trabalho.

Peguei o fichário de anotações que estava no centro da mesa e bati com força, fazendo um barulho alto que calou a todos.

— Alguém pode me dizer o que está acontecendo?

Veena, nossa pessoa de tecnologia, suspirou.

— É melhor arrancar o Band-Aid — disse ela. — A Elizabeth veio até nós com um grande projeto que a universidade quer que façamos. O financiamento é ótimo. Mesmo que tentemos usar tudo, ainda teríamos o suficiente para substituir o equipamento quebrado. — As palavras foram processadas pelo meu cérebro, e uma voz interior começou a desconfiar — quando a oferta é grande, o santo desconfia.

— E uma máquina de café — brincou April.

Veena lançou um olhar que fez April encolher-se.

— Sim, e uma máquina de café — confirmou Veena.

— Então, isso não é bom? Lutamos para a universidade nos dar fundos. Não vejo o problema aqui — disse eu.

— Oh, isso vai ser bom — brincou Derek, levando a caneca aos lábios. A alegria em seus olhos não era nada confortável.

Os outros trocaram olhares nervosos antes de Samantha tomar a palavra.

— A universidade quer que façamos uma cobertura promocional especial para um dos departamentos esportivos. É...

— Ok. Já fizemos isso antes com o time de vôlei. Não será um problema — respondi, encolhendo os ombros. Os times de vôlei eram legais, tanto os meninos quanto as meninas eram respeitosos e gentis, bem diferente do arrogante Sr. Gostosão da Universidade e seu bando de palhaços com patins.

— Esse é o ponto. Não é o time de vôlei — acrescentou Mark.

— Então, quem? Basquete? Futebol? — perguntei.

— É o time de hóquei no gelo — disse Veena, e um silêncio estranho pairou sobre nós. Era tão quieto que o zumbido da nossa pequena geladeira soava alto e claro.

Todos olharam para mim, como se eu fosse uma bomba que estavam esperando que eu desarmasse. Todos nós tivemos desavenças com o time de hóquei no gelo depois que nosso orçamento foi cortado por causa deles. Mas ninguém tinha um desgosto tão forte quanto eu. Tudo por causa de Atlas, que continuava atrapalhando, mesmo quando tentei evitá-lo.

Eu não sabia nada sobre ele, mas fiz o meu melhor para mantê-lo à distância. E não funcionou, continuamos nos encontrando em situações ridículas. Veja hoje, por exemplo. Era apenas inevitável.

Uma risada irônica escapuliu de mim e eu passei uma mão frustrada pelos cabelos.

— Claro que são eles — disse, suspirando. — Ok, não há nada que possamos fazer sobre isso. É apenas mais um projeto. Desde que eu tenha algum tempo sozinha, ficarei bem. Podemos fazer isso. — Era óbvio que eu tentava me convencer.

Eles trocaram olhares nervosos novamente antes de se voltarem para Samantha, que mordia o lábio. Oh Deus, isso não podia ser bom. Se havia uma pessoa que eu nunca tinha visto assustada ou nervosa, era Samantha. Isso tinha que ser algo significativo.

— Sim, sobre isso — começou ela, me lançando um olhar tímido. — Como você é quem assumiu o cargo depois de mim, será você quem vai liderar este projeto. Você precisa se encontrar com o treinador e a equipe na segunda-feira. — E sim, a notícia não era boa.

Fiquei em silêncio, apenas piscando enquanto processava a situação. Não apenas eu teria que lidar com as birras do Atlas diariamente, mas também precisava ter cuidado para não estragar tudo. Se eu falhasse, outra pessoa estava de olho no meu cargo. Tive certeza disso quando vi Derek sorrir enquanto girava sua caneca de café.

— Estarei aqui, esperando uma oportunidade para te substituir.

Que merda de vida!

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