Mundo ficciónIniciar sesiónA mansão Valli estava silenciosa naquela tarde de sábado. O sol entrava pelas cortinas semiabertas da sala principal, tingindo os móveis de dourado suave, mas nada conseguia aliviar o peso no peito de Isadora. Sentada no imenso sofá, ela permanecia imóvel, a taça de vinho entre os dedos finos, os olhos fixos em algum ponto distante, como se buscasse respostas no vazio.
Nunca havia se imaginado assim: grávida, sozinha, sem uma promessa sólida de futuro ao lado de quem deveria estar ali. O retrato que pintara para si mesma durante tantos anos: a vida perfeita, o casamento, os filhos planejados com cuidado… agora lhe parecia uma pintura malfeita, borrada por escolhas impensadas.Uma onda de vergonha a invadiu, queimando-lhe o rosto. Não vergonha da criança que carregava, mas de si mesma, de sua imprudência, da forma como permitira que a vida tomasse um rumo tão diferente do que sempre acreditara merecer. Ainda assim, quando o pensamento traiçoe






