Um mês inteiro havia se passado, e o silêncio pairava como uma benção sobre todos eles. O cofre vazio na mansão Valli permanecia um segredo enterrado, ninguém parecia ter percebido a ausência da joia mais valiosa de Clara.

Isadora seguia firme em sua rotina, o trabalho exigente e as distrações com seus affairs preenchiam-lhe os dias. A cada mensagem ignorada, a cada ligação não atendida, a distância com Úrsula se alargava ainda mais. Isadora não sabia, mas a amiga vivia um tormento: sozinha, escondida, atormentada pelo peso das próprias escolhas e pelo medo constante de Michelangelo, que agora sabia de sua localização. Nos momentos de insônia, Úrsula cogitava sumir de vez, mudar-se para longe, começar do zero em algum lugar onde ninguém pudesse encontrá-la.

Lívia, por sua vez, levava a vida em um compasso lento. Um dia de cada vez, sem se permitir grandes expectativas, mas também sem mergulhar nos abismos de antes. As parcelas da obra do seu apartamento financiado