O som das vozes de Úrsula e Isadora conversando animadamente ainda ecoava no corredor quando Lívia finalmente entrou em seu quarto, o 38.

Seus dedos tremiam tanto que o cartão magnético escorregou das mãos, caindo com um estalo seco no chão do corredor. Ela se abaixou para pegá-lo com pressa, as bochechas queimando como se o mundo a observasse. Forçou um sorriso para a camareira que passava, enfiou o cartão na fechadura eletrônica e empurrou a porta. Só quando sentiu o clique de tranca atrás de si é que o desespero a venceu.

Não chegou à cama. Simplesmente escorregou pelo próprio peso, as costas encostadas na madeira fria da porta. A bolsa caiu ao lado. Suas mãos ainda suavam quando pegou o celular e digitou:

"Luiz, isso não pode ser coincidência. Elas sabem. Tenho certeza."

Mas nada. Nenhuma resposta. Nenhum sinal. Nenhum maldito emoji. Já fazia dias que ele não respondia e agora, com aquele olhar apaixonado que Isadora lançava a ele, com aquela falsa doçura... ser