Mundo de ficçãoIniciar sessãoLívia despertou num sobressalto, o coração disparando como se fosse saltar do peito. O quarto, ainda mergulhado na penumbra da manhã, parecia menor com a presença imponente de Úrsula à beira da cama. Seu olhar, tão frio quanto cortante, a observava com paciência cruel.
Pelo cômodo, os papéis do dossiê de Úrsula se espalhavam como um lençol de informações comprometedoras, cobrindo a colcha de flores apagadas. Ao fundo, na porta do quarto, a cuidadora de Vera estava parada, tensa, os dedos retorcendo a barra do avental como se não soubesse se devia pedir desculpas ou fugir; fora ela quem abrira a porta para Úrsula, constrangida, temendo ter cometido um erro irreversível. Lívia, pálida como a lua, quase caiu da cama ao tentar se levantar num ímpeto. O medo escancarado em seus olhos fez Úrsula arquear uma sobrancelha, divertida. — Enquanto trabalhar para mim, querida, vai precisar ser bem mais pontual do que isso — disse Úrsula, a voz baixa como seda, mas c






