Na manhã seguinte, sentado na cama estreita e gelada da cela, Kris manteve o olhar perdido no chão, sem ter pregado os olhos a noite inteira. Mas, embora soubesse disso, não sentia os efeitos, porque continuava entorpecido, ciente de que aquele torpor era apenas o mecanismo do corpo para poupá-lo da dor devastadora, ainda que por instantes.
— Miller, sua primeira visita chegou. — A voz de um policial cortou o silêncio.
Kris ergueu os olhos e viu Alden do outro lado das grades, com o rosto marcado por preocupação e incredulidade.
— Apareci aqui ontem à noite, só que não permitiram a entrada porque já estava tarde. — Explicou, aproximando as mãos das barras. — Por que não me ligou, Kris?
Kris soltou o ar, voltando a olhar para o chão.
— Como você soube?
Alden hesitou, mudando o peso de um pé para o outro.
— Você está em todos os noticiários, Kris… Estão falando disso em todo lugar. — Fez uma pausa antes de acrescentar: — Alguns até estão do seu lado, mas a maioria anda comparando você à