As semanas seguintes passaram depressa. A rotina de Amélia começava a se encaixar entre faculdade e trabalho, e tudo parecia mais leve do que ela imaginava. Às vezes, ainda sorria sozinha ao lembrar do dia em que Damian, com a expressão séria e o constrangimento mal disfarçado, entregou a ela um par de pantufas felpudas.
“Para não andar descalça no chão frio”, ele disse.
Desde então, toda vez que colocava as pantufas ao entrar na mansão Blake, ela lembrava do cuidado inesperado dele.
Naquela manhã, o campus estava movimentado, como sempre. Amélia caminhou entre os prédios com a mochila nos ombros e o coração calmo, satisfeito. Estava conquistando tudo por conta própria. Nada havia sido dado e cada passo era dela.
Entrou na sala pouco antes do professor chegar. Os alunos conversavam, riam, alguns tentavam terminar trabalhos de última hora. Amélia sentou-se na terceira fileira, ajeitou o caderno sobre a mesa e respirou fundo. Gostava daquela sensação. Nova. Promissora.
O professor entro