Costumava ser o último a sair do trabalho, mas era a primeira vez que saia quase a meia noite. Adiantara o serviço do dia seguinte antes de se dar por vencido e desligar o computador. Dirigiu devagar até o prédio em que morava, a tensão em cada músculo do seu corpo. Quando chegou em frente à porta do apartamento se censurou por hesitar em voltar para a própria casa. Entrou e encontrou a luz da sala acessa, a televisão ligada e nenhum sinal de Paulina por perto. Caminhou até o televisor e o desligou, foi quando ouviu um bocejo e viu a governanta deitada no sofá.
Ela piscou sonolenta, esticou o corpo e sentou, aos poucos recobrando a lucidez. Estava com as roupas desalinhadas e o cabelo bagunçado, mas não aparentava ter chorado até cair no sono como no dia anterior.
— Boa noite! — ela murmurou com voz rouca, ao que ele assentiu observando-a ajeitar a roupa e levantar. — Como foi o seu dia? — questionou como o habitual.
— Bom — respondeu monossilábico como sempre.
— Vou esquentar sua com