A caixa do teste ainda estava aberta sobre a pia. O chão frio tocava meus pés, mas parecia longe, como se eu estivesse presa dentro de um sonho — ou de um pesadelo silencioso.
Olívia estava sentada na beira da minha cama, as mãos entrelaçadas, o joelho balançando de nervoso. Ela me olhava como se tivesse medo de respirar e estragar tudo.
Eu estava parada no meio do quarto, o teste nas mãos.
Duas linhas.
Duas linhas bem nítidas.
Eu senti o ar sumir.
Não chorei de imediato. Não gritei. Não desmaiei.
Fiquei parada. Só… parada.
— Ella… — a voz da Olívia saiu trêmula. — Você… tá grávida.
Eu finalmente olhei pra ela. E ao ver os olhos dela marejados, o meu mundo desabou.
As lágrimas vieram tão rápido que eu nem consegui conter. Meu corpo dobrou como se não conseguisse sustentar o peso da realidade. Olívia levantou na mesma hora e me puxou para um abraço forte — tão forte que parecia tentar me manter inteira.
— Eu tô aqui, tá? — ela repetia no meu cabelo. — Você não tá sozinha. Eu juro que v