LÍVIA
Duas semanas.
Tinha se passado duas semanas desde a explosão. Desde que meu pai descobriu. Desde que a casa se transformou em um campo de batalha silencioso onde ninguém falava sobre o óbvio, mas todos sentiam o peso dele.
Meu pai mal olhava para mim. Quando olhava, era com uma mistura de decepção e tristeza que me partia ao meio. Ele e Dante não se falavam. A amizade de décadas estava suspensa em um fio fino prestes a se romper.
E no meio disso tudo... eu e Dante.
Tentando encontrar espaços para respirar. Para existir. Para amar sem que o mundo desabasse ao nosso redor.
Nos encontrávamos em segredo. Sempre longe da cidade. Sempre cuidadosos.
Cafés distantes. Parques vazios. A casa dele quando Marta não estava.
E cada encontro era uma mistura de felicidade